A superfície do território moçambicano não é homogénea, apresenta zonas altas, baixas e zonas planas;
A configuração do relevo de Moçambique é resultado de dois processos:
- Processos internos ou endógenos (vulcanismo e outros) que dão origem as formas positivas (altas) do relevo,
- Processos externos ou exógenos (acção do vento, da água dos rios, das chuvas, das marés, etc.) que são responsáveis pela redução do relevo aplanando-o ou baixando-o;
O relevo de Moçambique é formado por três formas principais do relevo: planícies, planaltos e montanhas, dispondo-se em forma de escadaria, sucessivamente do litoral ao interior desde a forma mais baixa até a mais alta, isto é planícies, planaltos e montanhas;
Esta disposição do relevo é geral, pois nalguns casos há montanhas que se erguem em plenos planaltos e noutros casos, as montanhas só se verificam na fronteira Ocidental do país.
Principais formas do relevo em Moçambique
As planícies
− A planície moçambicana estende-se sobretudo ao longo de todo o litoral do país, desde a foz do rio Rovuma, no extremo Norte, até a Ponta de Ouro, no extremo Sul do país;
− É uma planície que ocupa cerca de 1/3 do território nacional, o que corresponde cerca de 250.000 Km²;
− A maior extensão da planície moçambicana ocupa grande parte das províncias de Gaza, Inhambane e Sofala e vai se estreitando à medida que se caminha para o norte do país.
− A planície moçambicana é bastante homogénea, não apresenta depressões e nem elevações pronunciadas;
− A nossa planície tem altitudes que não ultrapassam os 200m e nela distinguem-se duas faixas:
a) uma faixa que está junto ao litoral com um máximo de 100m de altitude,
b) uma outra faixa a seguir à primeira com um máximo de 200m de altitude;
− Ao longo dos vales dos principais rios, a planície adquire características próprias aos processos, da erosão fluvial. É a chamada planície fluvial. Nestes casos, ela apresenta-se como depressões de acumulação, possuindo vertentes cujo limite inferior coincide com o curso do respectivo rio. Por esta razão, é comum destacar-se:
- a planície de Incomati, atravessada pelo rio Incomati;
- a planície de Limpopo, atravessada pelo rio Limpopo;
- a planície do Save, atravessada pelo rio Save de Save;
- a planície de Buzi, atravessada pelo Buzi;
- a planície de Lúrio, atravessada pelo rio Lúrio.
Os planaltos
- A maior extensão do planalto moçambicano encontra-se nas regiões Norte e Centro do país;
- A maior extensão do planalto moçambicano encontra-se nas regiões Norte e Centro do país;
- Na região Sul do país, os planaltos ocupam apenas uma pequena faixa ao longo entre as Províncias de Maputo e Gaza com a Suazilândia, R.S.A. e Zimbabwe;
- Morfologicamente, distinguem em Moçambique: os Planaltos Médios com altitudes compreendida entre 200 e 500 m e os Altiplanaltos entre 500 e 1000 m de altitude;
- Em algumas extensões planálticas existem elevações não significativas que caracterizam a zona de montanhas;
- Em algumas zonas planálticas ocorrem planícies de acumulação que resultam das escavações realizadas nos vales dos rios, como é o caso dos vales dos rios Zambeze, Messalo e Lugela;
- Tendo em conta as características morfológicas, distinguem-se em Moçambique os seguintes planaltos:
a) Planalto moçambicano – com altitudes entre 500 e 1000m, ocupa uma vasta área das Províncias de Zambézia e Nampula;
b) Planalto de Angónia – no Nordeste da Província de Tete, junto à fronteira com o Malawi. Neste planalto as altitudes chegam a ultrapassar os 1000m;
c) Planalto de Marávia – também na província de Tete, à Norte junto a fronteira com Zâmbia;
d) Planalto de Chimoio – estende-se no sentido Norte-Sul na província de Manica, alargando-se até junto à fronteira com o Zimbabwe onde é interrompido por montanhas;
e) Planalto de Lichinga – a Oeste da Província do Niassa, no sentido Sul-Norte;
f) Planalto de Mueda – na Província de Cabo Delgado, na região Norte
As montanhas
− No nosso país consideram-se zonas de montanhas às formações que ultrapassam os 1000m de altitude;
− As principais formações montanhosas do país, localizam-se nas regiões Centro e Norte do país;
− Na sua maioria elevam-se em zonas planálticas formando cadeias montanhosas, onde se destacam as seguintes:
a) Cadeia montanhosa de Maniamba-Amaramba – localizada na Província do Niassa ao redor do Lago Niassa. As suas maiores altitudes encontram-se na Serra Jéci com 1836m; b) Formações de Chire-Namuli – localizadas na Província de Zambézia. O seu ponto mais elevado é o monte Namuli com 2419m e a Serra Inago com 1807m de altitude;
c) Cadeia de Manica, também conhecida por Maciço de Chimanimani – estende-se ao longo da fronteira entre a Província de Manica e o Zimbabwe. É nesta cadeia montanhosa onde se encontra o monte mais elevado de Moçambique, o monte Binga com 2436m de altitude. Também localizam-se nesta cadeia, o monte Gorónguè com 1887m e Serra Choa com 1844m de altitude;
d) Cadeia dos libombos – estende-se ao longo da fronteira entre as Províncias de Maputo e Gaza com a R.S.A. e Suazilândia. As suas altitudes não chegam a atingir os 1000m, mas no conjunto do relevo da região Sul do país, destaca-se como única zona com elevação importante. O seu ponto mais elevado é o monte M’ponduíne com 801m em Maputo, Namaacha.